Por que eu nunca me simpatizei com Freud, analises comportamentais ou divãs bonitos. Passo longe, credo.
Depois de minha primeira (Única e última) experiência com terapeutas, tirando minha namorada, criei um ódio gratuito por todos os profissionais dessa área. Eu sei que estou errada e que preciso de terapia, entretanto, me bate um terror gigantesco só de cogitar a hipótese de sentar naquela cadeira e ficar cara a cara com meus problemas, quer dizer, com o terapeuta.
Para ser sincera, mais comigo mesma do que com meus leitores imaginários, o meu maior problema não está diretamente naquela criatura que tenta transparecer uma imagem de bonzinho e não humano, e sim o terror de ter que enfrentar meus próprios problemas.
Eu sempre tive uma grande dificuldade de aceitação, isso se refere a qualquer tipo, qualquer coisa que esteja fora do meu habitual e do que eu estou acostumada a fazer todos os dias. Que eu necessite mudar.
É como se eu tivesse um tênis que me machuca e eu gostasse muito dele. Mas ele me machuca demais e toda vez que eu ando com o maldito sinto uma dor enorme, eu poderia ir à loja e comprar outro, só que eu já estou tão acostumada com ele... E com a dor... A loja é tão longe...
Bom, é assim que eu encaro meus problemas.
Eu me engano sempre e não sei até que ponto isso é bom, ou tão ruim. Se eu paro para pensar nos meus problemas, fico terrivelmente deprimida. Agora se fico pensando no quanto é bom estudar, ler e todas essas coisas, eu fico eufórica, daí sabe o que eu faço? Fujo deles, os deixo de canto por um tempo.
O foda de tudo isso é que de uns dias pra cá eles estão me perturbando demais, uma hora ou outra eu irei precisar encará-los. Encarar terapeuta, encarar dificuldades e todas essas coisas, tirar a aranha da caixa.
Meu bem. É tão difícil.
Atenciosamente.
Carolina Moreira.
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